O PODER DO OLHAR NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA

Autores/as

  • ARNALDO NOGARO Universidade Federal do Rio Grando do Norte
  • IDANIR ECCO Universidade de Passo Fundo
  • IVANIA NOGARO Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Palabras clave:

Poder, Olhar, Relação pedagógica

Resumen

O presente ensaio resulta de pesquisa teórica e tem o objetivo de refletir sobre o poder do olhar na relação pedagógica. Pouco se tem falado sobre isso. Há mais silenciamentos do que enunciação. No dia a dia da sala de aula a relação pedagógica acontece “entre olhares”, seja do professor, seja dos estudantes. Transcorre como produção de diferentes práticas, vivências e significados, muitos destes, velados ou não expressos, e o olhar do educador é responsável por um número expressivo deles. Para dar sustentação à nossa argumentação buscamos, na literatura, autores que pudessem nos socorrer com seus escritos e apontamentos, dentre eles Merleau-Ponty (1990, 1997, 2005), Fernández (2012), Mora (2004), Arendt (2010), Perissé (2011), Alves (2011, 2014), Freire (1997), dentre outros. O poder do olhar do professor aqui é compreendido em seu sentido metafórico, representando muito mais do que o ver físico. Carrega consigo a intensidade e a extensão da sua conduta “pedagógica”, ao mesmo tempo em que procura incluir o aluno que assume a postura de quem é “olhado”. Pretendemos suscitar reflexões e trazer à tona o entendimento de que o olhar do professor aprova, incentiva, estimula ou reprova, desanima, desmotiva, inibe. Levar o educador a desenvolver sensibilidade no olhar e aprimorar sua dimensão construtiva parece ser a intenção primeira deste texto, não sabemos se seremos suficientemente iluminados e competentes para tanto, o que nos encoraja a não desistir é a possibilidade grande que há de obtermos êxito.

Descargas

Biografía del autor/a

ARNALDO NOGARO, Universidade Federal do Rio Grando do Norte

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Rio Grando do Norte. Professor da URI – Campus de Erechim e PPGEDU. Integrante do Grupo de Pesquisa Ética e Educação.

IDANIR ECCO, Universidade de Passo Fundo

Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo. Integrante do Grupo de Pesquisa Ética e Educação. 

IVANIA NOGARO, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões

Especialista em Educação Infantil e Psicopedagogia e licenciada em Pedagogia pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Professora do Colégio São José – Erichim e da Rede Pública Estadual do RS. 

Citas

ALVES, R. Educação do olhar. Revista Pais & Filhos. São Paulo: Manchete, 2010. Disponível em: <http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/rubem-alves/2324-educacaodo-olhar> Acesso em: 07 de março 2014.

______. Aprender a aprender. São Bernardo do Campo: ATTA Mídia e Educação, 2011.DVD.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

ARROYO, M. Miguel Arroyo: educador em diálogo com nosso tempo. Belo Horizonte:Autêntica, 2011.

BAZARRA, L. et al. Ser professor e dirigir professores em tempos de mudança. SãoPaulo: Paulina, 2008.

BEMFICA, V.; AZEVEDO, C. A educação estética ambiental do olhar e do escutar: do estranhamento à criação. Revista Brasileira de Educação Ambiental, Rio Grande, 7, 2012.

BERNARDO, M. J. et al. Percepção e educação do olhar. Disponível em: http://alb.com.br/arquivo-morto/portal/5seminario/PDFs_titulos/ PERCEPCAO_E_

EDUCACAO_ DO_OLHAR.pdf Acessado em 07 de maço de 2013.

BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

BZUNEK, J. Como motivar os alunos: sugestões práticas. In: BUROCHOVITCH, Evely Motivação para aprender: aplicações no contexto educativo. Petrópolis/RJ: Vozes, 2010.

CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2013.

COSENZA, R.; GUERRA, L. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

FERNÁNDEZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

______. A atenção aprisionada: Psicopedagogia da capacidade atencional. Porto Alegre:Penso, 2012.

FERREIRA, A. B. Aurélio Século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

FERREIRINHA, I. M. N.; RAITZ, T. RAs relações de poder em Michel Foucault: reflexões teóricas. RAP, Rio de Janeiro, ano 44, n. 2, mar./abr. 2010.

FIORI, N. As neurociências cognitivas. Petrópolis/RJ: Vozes, 2008.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

GALAND, B. Práticas de ensino e adaptação dos alunos à escola. In: GALAND, Benoit e BOURGEOIS, E. (Orgs.). Motivar-se para aprender. São Paulo: Cortez, 2011.

HADDAD, H. J. O que quer a escola? Novos olhares possibilitam outras práticas. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

HERGREAVES, A. Aprendendo a mudar: o ensino para além dos conteúdos e da padronização. Porto Alegre: Artmed, 2002.

JERUSALINSKY, J. Um olhar que faz diferença. Mente & Cérebro. A mente do bebê: o fascinante processo de formação do cérebro e da personalidade. São Paulo: Dueto Editorial, 2011, v. 3.

MARTÍNEZ, A. Criatividade no trabalho pedagógico e criatividade na aprendizagem: uma relação necessária? In: TACCA, M. C (Org). Aprendizagem e trabalho pedagógico. Campinas/SP: Alínea, 2008.

MEIRIEU, P. O cotidiano da escola e da sala de aula: o fazer e o compreender. Porto Alegre: Artmed, 2005.

MERLEAU-PONTY, M. O primado da percepção e suas consequências filosóficas. Campinas/SP: Papirus, 1990.

______. O olho e espírito. Lisboa: Gallimard, 1997.

______. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

______. O visível e o invisível. São Paulo: Perspectiva, 2005.

MORA, F. Continuum: como funciona o cérebro? Porto Alegre: Artmed, 2004.

MOSÉ, V. A escola e os desafios contemporâneos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,2013.

PERISSÉ, G. O valor do professor. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

RANCIÈRE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual. Belo Horizonte, 2013.

ROUSSEAU, J.J. Emílio ou Da Educação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil S.A., 1992.

RUSSELL, M.; AIRASIAN, P. Avaliação em sala de aula: conceitos e aplicações. Porto Alegre: Penso, 2014.

VALÉRY, P. Introdução ao método de Leonardo da Vinci (1894). São Paulo: 34, 1998.

Publicado

2014-10-28

Cómo citar

NOGARO, A. ., ECCO, I. ., & NOGARO, I. . (2014). O PODER DO OLHAR NA RELAÇÃO PEDAGÓGICA. Lenguaje, Educación Y Sociedad , (31), 64–81. Recuperado a partir de https://www.periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1302

Número

Sección

Artigos

Artículos similares

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.

Artículos más leídos del mismo autor/a