Processo de trabalho do enfermeiro diante de eventos adversos: reflexões sobre a segunda vítima

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26694/reufpi.v14i1.6279

Palavras-chave:

Enfermeiras e enfermeiros, Equipe de enfermagem, Trabalho, Segurança do paciente

Resumo

Objetivo: Refletir acerca do processo de trabalho do enfermeiro diante das estratégias de apoio às segundas vítimas de eventos adversos. Métodos: Estudo teórico-reflexivo, desenvolvido entre agosto e novembro de 2024, fundamentado na análise da literatura científica, nas discussões realizadas em disciplina de pós-graduação, bem como nas experiências dos autores. Foram explorados aspectos inerentes à contextualização dos eventos adversos na enfermagem, ao fenômeno da segunda vítima, além da implementação de estratégias institucionais de apoio. Resultados: Além de afetar os pacientes, eventos adversos impactam os profissionais envolvidos, configurando o fenômeno da segunda vítima, o que torna necessária a implementação de estratégias institucionais de apoio para minimizar o sofrimento dos profissionais envolvidos e fortalecer a cultura de segurança. Conclusão: No contexto da segunda vítima de eventos adversos, a análise crítica da literatura e a reflexão sobre a prática do enfermeiro destacam a complexidade e a importância de sua atuação, que, ao integrar as cinco dimensões do processo de trabalho, contribui para o fortalecimento da cultura de segurança nas instituições de saúde, assegurando a qualidade do cuidado prestado, ao mesmo tempo que oferece proteção e apoio à própria equipe

Biografia do Autor

Vitória Cristina Silva, Universidade Federal de Alfenas

Enfermeira pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas. Egressa Bolsista do PET - Programa de Educação Tutorial em Enfermagem. Mestranda em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UNIFAL/MG, na linha de pesquisa Gestão em Serviços de Saúde e Educação. Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

 

Nayara Cristina Milan, Universidade Federal de Alfenas

Enfermeira Graduada em Enfermagem pelo Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado/ Fundação Educacional de Machado - Machado/ MG. Especialista em Saúde da Família pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL/ MG. Especialista em Enfermagem na Saúde Pública com Ênfase em Vigilância à Saúde pela Faculdade Holística - DNA Pós graduação. Mestra em Enfermagem pelo Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

Simone Albino da Silva, Universidade Federal de Alfenas

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, especialização em Formação Pedagógica em Educação Profissional na Área de Saúde: Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestrado em Administração e Desenvolvimento Organizacional pela Faculdade Cenecista de Varginha e doutorado no Programa de Pós Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP São Paulo. É professor Associado da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas onde atua no curso de graduação em Enfermagem, na área de Politicas e Práticas em Saúde Coletiva e Enfermagem em Atenção Primária a Saúde; na Residência Multiprofissional em Saúde da Família nas áreas de Promoção da Saúde e de Avaliação de Projetos, Programas e Serviços de Saúde no Âmbito da Atenção Primária à Saúde no contexto do SUS; no Programa de Pós Graduação em Enfermagem - PPGENF UNIFAL-MG. Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

Roberta Seron Sanches , Universidade Federal de Alfenas

Possui graduação em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Especialização em Auditoria nas Organizações de Saúde pela Universidade de Ribeirão Preto, Mestrado em Enfermagem Fundamental pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, Doutorado em Ciências pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, MBA em Gestão em Saúde pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo e Especialização em Gestão da Qualidade e Segurança do Paciente pelo Centro Universitário Senac. Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas. Professora colaboradora do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

Zélia Marilda Rodrigues Resck, Universidade Federal de Alfenas

Possui graduação em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Mestrado em Educação pela Universidade José do Rosário Vellano e doutorado em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Programa Interunidades de Doutoramento em Enfermagem. Pós- doutorado pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas. Professora associada da Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, Minas Gerais, Brasil.

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Publicado

2025-09-10

Como Citar

1.
Silva VC, Milan NC, Silva SA da, Sanches RS, Resck ZMR. Processo de trabalho do enfermeiro diante de eventos adversos: reflexões sobre a segunda vítima. Rev Enferm UFPI [Internet]. 10º de setembro de 2025 [citado 6º de dezembro de 2025];14(1). Disponível em: https://www.periodicos.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/6279

Edição

Seção

Reflexão

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