Análise epidemiológica da sífilis no Amazonas

Autores

  • Raquel Cristina Rodrigues Ferreira Nunes Universidade Federal do Amazonas
  • Edson Batista dos Santos Júnior Universidade Federal do Amazonas
  • Priscilla Dantas Almeida Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.26694/repis.v11i1.6739

Palavras-chave:

Epidemiologia, Sífilis, Sífilis congênita, Perfil de saúde, Infecções Sexualmente Transmissíveis

Resumo

Introdução: a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) cujo agente etiológico é a bactéria Treponema pallidum, curável, discreta e possui estágios para caracterizar os seus sintomas. Contudo, verificam-se alguns desafios acerca desse problema de saúde, como: pelo uso inconsistente de preservativos durante as relações sexuais, pela negligência dos parceiros em relação ao tratamento, e pela falta de adesão ao tratamento e acompanhamento no pré-natal por algumas gestantes. Objetivo: analisar o perfil clínico-epidemiológico da sífilis nas suas três formas – adquirida, congênita e em gestantes – no Amazonas. Método: trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo que analisou as notificações de sífilis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no estado do Amazonas, entre os anos de 2012 e 2021, disponíveis no Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Resultados: constatou-se que, no Amazonas, entre os anos de 2012 e 2021, a sífilis adquirida incidiu predominantemente em pessoa do sexo masculino, pardos, na faixa etária de 20 a 39 anos, com ensino médio completo. Em relação à sífilis congênita, foi identificada uma maior prevalência em recém-nascidos do sexo masculino, filhos de mães pardas, jovens (20 a 24 anos), com baixo nível de escolaridade, e que realizaram acompanhamento pré-natal. Por fim, a sífilis em gestantes foi mais comum em mulheres pardas, com idade entre 20 e 39 anos, ensino fundamental incompleto, e a maioria dos casos classificados como sífilis primária. Considerações finais: o estudo evidenciou elevada incidência de casos e desafios críticos, como o diagnóstico tardio em gestantes e a ausência de tratamento adequado para os parceiros. Para mitigar esses problemas, propõe-se o fortalecimento da vigilância epidemiológica, a melhoria da assistência pré-natal e a intensificação das ações de educação em saúde, como estratégia de promover um pré-natal de qualidade e um acompanhamento eficaz das gestantes.

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Publicado

2025-08-03

Como Citar

Rodrigues Ferreira Nunes, R. C., Batista dos Santos Júnior, E., & Dantas Almeida, P. (2025). Análise epidemiológica da sífilis no Amazonas. Revista Prevenção De Infecção E Saúde, 11(1). https://doi.org/10.26694/repis.v11i1.6739

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