Religião e Política na Democracia
Em defesa de um papel crítico
DOI:
https://doi.org/10.26694/pensando.vol16i37.6705Palavras-chave:
Religião, Política, Democracia, CríticaResumo
O artigo pretende problematizar e propor uma tese acerca da relação entre religião e política no contexto de um regime democrático moderno. Para tanto, é proposta uma compreensão de religião, a partir das contribuições tanto de defensores quanto de críticos dessa atividade humana. Em seguida, é apresentada uma concepção de política centrada na ação intersubjetiva tendo como centro o conceito de poder político, exercido de modo privilegiado pelo Estado no contexto moderno. A primeira premissa do argumento é, então, que se trata de atividades humanas diferentes, mas que podem e de fato interagem. No passo seguinte, discute-se a abordagem de Roger Trigg sobre o problema da privatização da religião nas democracias modernas e a noção de laicidade, a partir das ideias de Martin Rhonheimer. Com isso, o texto apresenta três outras premissas do argumento: a religião faz parte da esfera pública, é antidemocrático excluir grupos religiosos do debate político, mas a laicidade do Estado não é compatível com uma teocracia. Por fim, com base na noção de atitude crítica, é apresentada uma resposta ao problema de como compatibilizar a exigência de inclusão de todos os grupos sociais na esfera pública democrática com as características da religião (especialmente a cristã) e da democracia, apontadas inicialmente.
Referências
ALSTON, William. Perceiving God. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1991.
ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano. São Paulo: Martins Fontes, 2008 [1957].
FEURBACH, Ludwig. A Essência do Cristianismo. Campinas: Papirus, 1988 [1841].
FREUD, Sigmund. ‘O futuro de uma ilusão’ in: Freud. São Paulo: Abril Cultural, 1978 [1927]. (Col. Os Pensadores).
HICK, John. An Interpretation of Religion – Human Responses to the Transcendent. New York: Palgrave, 1989.
HOBBES, Thomas. Leviathan. London: Penguin Classics, 2003 [1600].
JAMES, William. The Varieties of Religious Experience – A Study in Human Nature. New York: Longmans, 1902.
KIERKEGAARD, Søren. Temor e tremor, in: Kierkegaard. 2. ed., São Paulo: Abril Cultural, 1978 [1843].
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Penguin Companhia, 2010 [1513].
MARX, Karl. ‘Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel’ in: Manuscritos Econômico-Filosóficos. Lisboa: Edições 70, 1989 [1844].
NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007 [1895].
OTTO, Rudolf. Das Heilige. München: C. H. Beck, 1997 [1917].
PLANTINGA, Alvin. Where the Conflict Really Lies – Science, Religion and Naturalism. New York/Oxford: Oxford University Press, 2011.
PLATÃO. A República. (Trad. Maria Helena da Rocha Pereira). Lisboa: Calouste Goulbenkian, 1985.
RHONHEIMER, Martin. Cristianismo y laicidad – Historia y actualidad de una relación compleja. Madrid: RIALP, 2009.
TRIGG, Roger. Religion in Public Life – Must Faith Be Privatized? Oxford: Oxford University Press, 2007.
WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasília: EdUnB, 1994 [1921].
WELTE, Bernhard. Filosofía de la Religión. Barcelona: Herder, 1981 [1978].
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 PENSANDO - REVISTA DE FILOSOFIA

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.