Promoção da saúde e controle do tabaco: um olhar transatlântico entre Brasil e Portugal

Autores

  • Francisco Lucas de Lima Fontes Universidade Federal do Piauí
  • Ermelinda do Carmo Valente Caldeira Universidade de Évora

DOI:

https://doi.org/10.26694/reufpi.v14i1.6380

Palavras-chave:

Health Promotion, Tobacco Control, Smoking Reduction

Resumo

A promoção da saúde, um conceito alicerçado na Carta de Ottawa, reconhece que a saúde é influenciada por fatores econômicos, sociais e ambientais, além de práticas individuais. A luta contra o tabagismo se insere nesse contexto como uma das frentes mais desafiadoras, dada a sua relação direta com a carga global de doenças crônicas e mortes evitáveis. A articulação de políticas públicas que engajem múltiplos setores e a sociedade civil tem se mostrado fundamental para lidar com esse problema. Tanto no Brasil quanto em Portugal, a promoção da saúde desempenha um papel crucial ao integrar ações de prevenção e controle do tabaco, refletindo as diretrizes do Modelo de Promoção da Saúde da População do Canadá.

Esse modelo canadense destaca a interseção entre saúde, políticas públicas e ação comunitária, enfatizando a necessidade de ambientes saudáveis e de intervenções estruturais que moldem comportamentos. A influência desse paradigma é evidente em políticas globais, incluindo aquelas adotadas no Brasil e em Portugal. Ele oferece um quadro teórico que orienta governos a criarem estratégias baseadas em evidências e sensíveis às particularidades culturais e sociais. No Brasil, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) traduz esses princípios em ações concretas, enquanto em Portugal, o Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo reflete uma abordagem normativa progressista, especialmente no que tange ao consumo de tabaco e dispositivos eletrônicos.

Brasil e Portugal possuem histórias e dinâmicas culturais distintas, mas compartilham desafios similares no enfrentamento ao tabagismo. No Brasil, políticas robustas contribuíram para uma redução expressiva da prevalência de fumantes adultos, que passou de 34,8% em 1989 para 12,6% em 2019(1). Essas conquistas são resultado de campanhas educativas, aumento de impostos e criação de ambientes livres de fumo. Já em Portugal, os esforços legislativos, como a Lei do Tabaco (Lei Nº 37/2007), limitaram significativamente o fumo em locais públicos e restringiram a publicidade, mas o país ainda enfrenta taxas preocupantes, com 17% da população identificada como fumante em 2019(2).

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Biografia do Autor

Francisco Lucas de Lima Fontes, Universidade Federal do Piauí

Bacharel em Enfermagem. Especialista nas seguintes áreas: docência do ensino superior, saúde pública e gestão e planejamento em saúde. Mestre em Ciência Política. Doutorado em Enfermagem (em andamento) com período sanduíche na Universidade de Évora. Editor e consultor ad hoc de periódicos especializados nas áreas de Enfermagem e Ciências da Saúde. Em seu Currículo Lattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Enfermagem, promoção da saúde, Conselhos de Saúde, evidências de validade, ensino e outros. Possui índice H=10 e índice i10=11. E-mail para contato: lucasfontesenf@ufpi.edu.br

Ermelinda do Carmo Valente Caldeira, Universidade de Évora

Graduação em Enfermagem (1987-1989) pela Escola Superior de Enfermagem de São João de Deus da Universidade de Évora (UÉESESJD) e Enfermagem na Comunidade (1996-1998) pelo Instituto Politécnico de Beja, mestrado em Ecologia Humana (2001-2004) pela Universidade de Évora, doutorado em Enfermagem (2014-2015) pela Universidade de Lisboa. É Presidente do Conselho Pedagógico da UÉESESJD; Vice-Presidente do Conselho Técnico-Científico da UÉESESJD; Membro da Assembleia de Escola da UÉESESJD; Membro do Conselho de Departamento da UÉESESJD; Membro do Conselho de Avaliação da Universidade de Évora; Membro do Senado da Universidade de Évora. Membro do Grupo de Trabalho do projeto “Universidade Saudável” na Universidade de Évora. Revisora de revistas científicas. Membro da Direção Regional da Secção Regional Sul da Ordem dos Enfermeiros. Orienta teses de doutoramento e dissertações de mestrado. Trabalha nas áreas de Ciências Médicas e da Saúde, com ênfase em Ciências da Saúde e Enfermagem. No seu currículo, os termos mais frequentes utilizados para contextualizar a sua produção científica, tecnológica e artística são: promoção da saúde; prevenção de doenças; educação sexual; sexualidade; escola; cuidados; visitas domiciliárias; crianças; família; idosos; e cuidadores informais.

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Caderno temático do Programa Saúde na Escola: prevenção do uso do tabaco [recurso eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde; 2022. 44 p.

Nunes E, Gato I. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2020. Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde. Lisboa: Direção-Geral da Saúde; 2021. 81 p.

Balsa C, Vital C, Urbano C. V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2022: Relatório final. Lisboa: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências; 2022. 278 p.

Silva PA (Coord) et al. Saúde e estilos de vida no ensino superior em Portugal. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais; 2024. 350 p.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). O tabagismo no Brasil: morte, doença e política de preços e impostos [Internet]. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2021. Disponível em: https://ninho.inca.gov.br/jspui/bitstream/123456789/15986/1/O%20tabagismo%20no%20Brasil%3a%20morte%2c%20doen%C3%A7a%20e%20pol%C3%ADtica%20de%20pre%C3%A7os%20e%20impostos.pdf

Publicado

2025-01-31

Como Citar

1.
Fontes FL de L, Caldeira E do CV. Promoção da saúde e controle do tabaco: um olhar transatlântico entre Brasil e Portugal. Rev Enferm UFPI [Internet]. 31º de janeiro de 2025 [citado 18º de junho de 2025];14(1). Disponível em: https://www.periodicos.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/6380

Edição

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Editorial

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