Fatores associados às infecções relacionadas à assistência e à resistência bacteriana em crianças e adolescentes hospitalizados
DOI:
https://doi.org/10.26694/repis.v11i1.6414Palavras-chave:
Criança, Adolescente, Estudos Caso-Controle, Infecções bacterianas., Resistência microbiana a medicamentosResumo
Objetivo: Analisar os fatores associados às infecções relacionadas à assistência e à resistência bacteriana em crianças e adolescentes hospitalizados. Método: Estudo caso-controle retrospectivo com dados secundários extraídos de planilhas geradas pelo software Business Intelligence® (BI), a partir de prontuários de crianças e adolescentes com Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e culturas positivas, hospitalizados entre janeiro de 2018 e dezembro de 2023 em enfermarias e/ou Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de dois hospitais filantrópicos de alta complexidade, localizados no interior do estado do Paraná, Brasil. Informações demográficas e clínicas foram coletadas e analisadas por testes de Qui-quadrado ou Fisher, e a razão de chances (Odds Ratio) foi estimada com intervalos de confiança de 95%. Resultados: Foram incluídos 244 crianças e adolescentes, sendo 103 (42,2%) casos e 141 (57,8%) controles. Crianças menores de 2 anos representaram a maioria, com tendência de maior prevalência de resistência bacteriana. Dispositivos invasivos como cateter venoso central e intubação orotraqueal, apresentaram as maiores razões de chances para resistência bacteriana, bem como Infecções de sítio cirúrgico, (OR=3,13), hospitalizações prolongadas (>30 dias; OR=2,98) e permanência em UTIs (>15 dias; OR=3,31). As bactérias Gram-negativas prevaleceram, com destaque para Klebsiella pneumoniae com 76,8% de resistência e Pseudomonas aeruginosa (65,7%). Conclusão: O uso de dispositivos invasivos, hospitalizações prolongadas, permanência em UTIs e infecções de sítio cirúrgico apresentaram associações significativas com bactérias resistentes. Esses achados reforçam a importância de medidas rigorosas de controle de infecções, manejo adequado de dispositivos e vigilância epidemiológica contínua para prevenir resistência bacteriana em ambientes hospitalares.
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