EICHMANN SABIA, MAS NÃO COMPREENDIA: a neutralização do mal pelo banal
Palavras-chave:
Hannah Arendt, Eichmann, MalResumo
Não há uma teoria constituída sobre a banalidade do mal em Eichmann em Jerusalém. Essa expressão oximórica, que não aparece mais do que duas vezes, ao final do livro e no pós-escrito, permite a Hannah Arendt coligir um “fenômeno que saltava aos olhos” (EJ, p. 1295), as diferentes formas de banalidade que lhe apareceram durante sua confrontação com Eichmann ao longo de seu julgamento. O traço proeminente desse fenômeno era uma “incapacidade de pensar” (EJ, p. 1065). Será que isso significa que ele é mal por não pensar? É sobre isso que Eichmann é culpável aos olhos de Arendt? O próprio Eichmann também não manifestou capacidades de argumentação, ele também não apareceu como malicioso, astuto, inteligente para aqueles que assistiram até o final do julgamento? E em sua atividade de grande organizador do genocídio, ele também não mobilizou as capacidades racionais?